segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Protetor solar na gravidez: tem risco?

Pesquisa sugere que algumas substâncias do produto são absorvidas pelo organismo e expelidas no leite materno

Um recente estudo publicado por pesquisadores suíços confirma uma suspeita antiga dos médicos: substâncias presentes em alguns tipos de protetores solares são absorvidas pelo organismo e excretadas no leite materno. Como tais substâncias podem permanecer armazenadas na gordura do corpo durante semanas, especialistas sugerem evitar seu uso desde a gestação.

A descoberta revela que bebês estão sendo expostos a composições químicas com potencial tóxico. “Cérebro, órgãos sexuais, pulmões e inúmeras glândulas estão em formação nestas crianças, ainda muito novas. Não se sabe o que essa contaminação pode causar”, alerta o cosmetologista Maurício Pupo, consultor em desenvolvimento cosmético e coordenador da pós-graduação em cosmetologia da Unicastelo.

A suspeita já existia porque estudos anteriores tinham verificado a presença de algumas substâncias de protetores na urina e no sangue de adultos. “Se o produto penetra na pele e segue para o sangue, era razoável pensar que ele também poderia ir para o leite materno, em mulheres lactantes”, comenta Pupo.

A taxa de contaminação das lactantes não é pequena. No estudo suíço, realizado com 54 mulheres na Universidade de Zurique, 85,2% das amostras de leite materno tinham algum resquício de protetor solar.

“O que chamamos de protetor solar é, na verdade, uma combinação de 20 a 30 substâncias químicas diferentes na formulação. Algumas requerem atenção”, adverte o especialista.

Existem três substâncias que são particularmente problemáticas: 4-metilbenzilideno cânfora (4-MBC), 3-benzilideno cânfora (3-BC) e octocrileno (OC). Elas são chamadas de poluentes orgânicos persistentes (POPs), que podem permanecer acumulados nos tecidos gordurosos de organismos vivos, dentre eles os seres humanos.

“Essas substâncias estão presentes em cerca de 30% dos protetores comercializados no País”, afirma Pupo. E como os protetores são produtos cosméticos, na classificação da Anvisa, todos podem ser vendidos livremente, sem qualquer receita.

Danos à reprodução

O cosmetologista cita estudos mais antigos, nos quais ficou comprovado que as substâncias 4-MBC e 3-BC afetam o sistema reprodutor de animais. “Elas podem desequilibrar o comportamento sexual feminino, alterar o tamanho da próstata e causar alguns desequilíbrios endocrinológicos”, aponta o especialista. “Em ratos, o crescimento ficou mais lento e a puberdade, postergada”, acrescenta.

Isso acontece, explica Pupo, porque os POPs agem sobre os mesmos receptores do estrógeno, o hormônio feminino. “O organismo pode se confundir”, afirma.

Estes efeitos danosos foram comprovados em animais, não em humanos. “Os protetores são amplamente usados no Brasil e não há relatos de complicações por seu uso”, pondera o dermatologista Sérgio Schalka, tesoureiro da Sociedade Brasileira de Dermatologia(SBD-SP).

Como prevenir

Na dúvida, o cosmetologista recomenda evitar os protetores com as substâncias suspeitas. “Sei que os nomes são complicados para decorar, mas pessoas alérgicas são obrigadas a andar com listas enormes de substâncias que não podem usar”, comenta Pupo.

Ele recomenda algo parecido às grávidas e lactantes. “Anote o nome das substâncias e solicite ao farmacêutico um protetor solar livre delas”, orienta.

Quanto usar

Tendo em mãos um protetor solar adequado para gestantes e lactantes, a mulher deve ter cuidado para usá-lo corretamente. O ideal é aplicar cerca de 30 minutos antes da exposição ao sol, embora algumas marcas já tenham fórmulas mais modernas, com absorção quase imediata.

Cerca de seis colheres de chá são suficientes para o corpo. Elas devem ser espalhadas de maneira homogênea e reaplicadas a cada duas horas. Se a pessoa passar menos protetor, o efeito dele passa a ser menor. Banhos de mar ou de piscina prolongados, com mais de 30 minutos, aceleram bastante a eliminação do protetor. 


FONTE: Delas Online - Portal iG - Bruno Folli
Foto: Thinkstock/Getty Images

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Relação entre sono e beleza agora tem comprovação científica

Nossas avós já sabiam, mas a relação entre o sono e a aparência acaba de ser provada cientificamente. Um estudo publicado no periódico "British Medical Journal" mostra que dormir bem deixa a pessoa mais atraente.
Neurocientistas da Instituto Karolinska, na Suécia, fotografaram 23 pessoas em dois momentos: após uma boa noite de sono, e após 31 horas seguidas de vigília.
Observadores, que ignoravam o objetivo do estudo, avaliaram as imagens, mostradas aleatoriamente para que a ordem não influenciasse as considerações.
As fotografias também tinham um padrão - ninguém usava maquiagem e todos tinham a mesma expressão.
Os observadores acharam as pessoas menos atraentes, menos saudáveis e mais cansadas nas fotos feitas quando elas foram privadas de sono.
Durante o sono, o organismo produz hormônios que renovam a pele. Os principais são o GH (hormônio de crescimento) e o ACTH, hormônio que controla a produção de cortisol, explica a endocrinologista Elaine Costa, que é professora da Faculdade de Medicina da USP.
Quando não há repouso adequado, o corpo secreta hormônios associados ao estresse que alteram funções e levam à vasoconstrição, deixando a pessoa pálida e com aparência cansada, diz a dermatologista Flavia Addor, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Mais do que a quantidade, importa a qualidade do sono, especialmente na fase REM, em que o repouso é profundo, de acordo com o neurologista Rubens Gagliardi.
Se o organismo não entra nessa fase, neurotransmissores são produzidos de forma anormal, desregulando a secreção de hormônios.



FONTE: Folha Online - Mariana Versolato

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Caspa: causas e soluções

Entenda as causas da dermatite seborreica e saiba como combatê-la

Talvez a única coisa pior do que acordar com o cabelo de mau jeito seja se deparar com os temidos pontinhos brancos capazes de estragar qualquer visual. A caspa é um pesadelo. Apesar de ser um distúrbio conhecido há bastante tempo, a dermatologia ainda desconhece as causas exatas do surgimento do fungo, assim como uma solução que seja 100% eficaz.

Descamação e oleosidade

De acordo com a diretora da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Maria Fernanda Gavazzoni, o problema é resultado de descamação acompanhada de oleosidade excessiva. "É conhecida como dermatite seborreica", diz. A professora Solange Cardoso, chefe do Serviço de Dermatologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), na UERJ, acrescenta: "É uma dermatose crônica e surge com frequência em áreas ricas em glândulas sebáceas como couro cabeludo, orelhas, face, região inframamária e tronco. A pele fica avermelhada com escamas amareladas graxentas. Nas formas mais leves, apresenta-se como uma fina de descamação no couro cabeludo".

Causas

A causa para o surgimento do fungo ainda é um mistério para a medicina dermatológica, mas as especialistas levantam hipóteses. "Parece ter causas genéticas associadas à intensa atividade das glândulas sebáceas e à participação do fungo chamado Malassezia", explica Gavazzoni. Solange Cardoso complementa: "Composição anormal do sebo e o uso de certas drogas podem ajudar no surgimento da caspa, que também pode estar associada à infecção pelo vírus do HIV nas formas mais severas e persistentes".

A falta de higiene não é necessariamente um causador dos pontinhos brancos. No entanto, fatores emocionais podem influenciar na permanência do distúrbio, que não é contagioso. "O estresse está frequentemente associado à piora das lesões. A dermatite seborreica pode estar relacionada a anormalidades neurológicas como o Parkinson e a influências do sistema nervoso", esclarece a professora Solange, acrescentando que, apesar de não influenciar diretamente, o asseio deve ser realizado: "A falta de higiene pode aumentar a oleosidade e, portanto, o aumento de fungos e bactérias".

Clima frio agrava

A caspa apavora as mulheres, mas é mais presente em homens, explica Gavazzoni, pois a atividade da testosterona é maior e ativa a ação das glândulas sebáceas, piorando o problema. No inverno, a incidência é maior. "A dermatite seborreica piora nos climas frios e secos por uma maior atividade das glândulas sebáceas neste período", diz a presidente da SBD. "O fluxo sanguíneo e a temperatura da pele podem ser responsáveis pela distribuição do eczema. Variações sazonais de temperatura e umidade estão relacionadas à piora da dermatite", inteira Cardoso.

O tratamento para a caspa se dá através do uso diário de shampoos à base de piritionato de zinco, cetoconazol, ciclopirox olamina e ácido salicílico. "Dependendo da intensidade das lesões é importante o exame por um dermatologista", ressalta a professora do HUPE.

O eczema seborreico, de acordo com as especialistas, é uma doença crônica. Por isso, não existe um tratamento que elimine a caspa de vez e o acompanhamento por um profissional é necessário. Para prevenir o surgimento do fungo, Gavazzoni aconselha: "As pessoas que têm propensão devem optar pelos shampoos com os elementos citados anteriormente e evitar condicionadores e cremes capilares". 


FONTE: Bolsa de Mulher - Nayara Marques